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Revolução e bolinhos!

Revolução e bolinhos!


Eu, sete anos, cozinha da minha casa em Cuiabá, só de calcinha, porque o calor era de rachar! Experiências sensoriais envolvendo temperatura, corpo, cheiros, toques... Experiências culinárias envolvendo ovos, farinha, açúcar, frigideira... Mistura daqui, mexe dali... E, inventei uns bolinhos deliciosos! E não tive dúvidas, convidei a vizinhança pra um programa duplo: comer bolinhos e assistir ao meu teatro de fantoches!


Cresci e fui “aprender” a fazer teatro. Quanto à culinária, parei nos bolinhos. Não sei se aprendi, mas descobri que eu podia “inventar” não só bolinhos, mas também um jeito próprio de fazer teatro, onde era possível reinventar minha vida! Procurei retalhos, recortei, costurei, reuni medos, coragens, novas linguagens e abordagens... E segui, ora parindo ora vomitando monólogos, sempre descobrindo mais sobre mim. Libertando meus fantoches interiores, eu seguia me transformando.


Chegara a hora de compartilhar aquela descoberta: Arte e Bolinhos! A chegada de mais pessoas àquela brincadeira inicialmente solitária (monólogo coletivo) redimensionou a coisa toda e fez nascer o Ateliê para Mulheres. E descobri o poder da reunião! E nos vi iguais em luta, dor, desejos e mistérios. E depois veio o Teatroterapia, incluindo também os homens, da mesma matéria que eu em humanidade e medos. Tempos depois descobri: eu não havia inventado um jeito de fazer teatro, nem um modo de reunir pessoas e muito menos aqueles bolinhos (que eram bolinhos de chuva, já inventados e eu nem sabia!). Mas agradeço à ilusão da época, de poder, aqui, no de dentro, criar um novo mundo das próprias entranhas, sem receita!

E é essa a proposta do trabalho que proponho nos vários ateliês de Arteterapia:

1º Reconhecer nossos bolinhos (Eles existem, acredite!)

2º Degustar seus bolinhos e se empanturrar deles! (Valorizá-los, de verdade!)

3º Compartilhar os bolinhos! (Eis a verdadeira revolução!)

Pois então venha descobrir seus bolinhos, enraizar-se em suas receitas, agregar outras, conhecer novos bolinhos, novas fôrmas para assar os seus, ingredientes inimagináveis... Vida e Arte seguem juntas.

Sigamos, cozinheir@s, alimentando nossas almas e os Umbigos de Eros!

"Quando acreditamos em algo que ainda não existe,

nós o criamos. O inexistente é o que

não desejamos o suficiente".

Franz Kafka

Namastê

Anasha (fev/2013)

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